quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ÉCRANS

O que se vê nestes dias?
Corações despedaçados.
A gente finge que não vê.
Os poetas fingem que são frios.
Mas as lágrimas estão rolando.

Filmes franceses.

Isso que eu sinto por você,
o mesmo qu e você sente por mim,
pode ser apenas um engano.
Trocar palavras - amor é amor,
desespero é desespero,
lágrima é lágrima - para quê?

- Olhos turvos: onde está o azul?
Quero dizer que podemos ser
apenas amigos tolerantes.
Amigo não fode amigo,
não fisicamente, digo,
isto é, amigos são inimigos,
cordialmente amigos amantes.

- Olhos nu vens: on de está o céu?
Quero desejos, quero filhos,
de um a gravidez sem névoa,
claridade e reflexões pensadas.
O que se vê nestes dias
são corações dilacerados.

A gente finge: "Não é comigo."
Os poetas fingem acefalia.
As lágrimas descem rolando
pelas faces, rios de sal, lábios.
- Olhos negros: on de está o Paraíso?
Música de violinos, solos de piano.
Volte, volte, podemos fazer sucesso,
podemos, sim, podemos explodir,
cruzar o cosmos, amar novamente.

Salomão Rovedo

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