sexta-feira, 28 de maio de 2010

O que eu mais quero hoje

Neste momento não há nada que eu queira mais que coisas simples. Coisas que não posso comprar.
Quero sentar na biblioteca silenciosa e folhear livros antigos por horas e horas, como eu fazia quando tinha tempo. Quando as coisas comuns e rotineiras não me sufocavam tanto.
Quero estar com um amigo, abraçá-lo, conversar sobre coisas interessantes, sentir carinho, discutir sobre algo, qualquer coisa... Ou até mesmo ficar em silêncio, assim como quem quer proteger, abraçar.
Ninguém pode me ouvir porque falar não adianta. Não há interesse no que tenho para dizer. Só haverá quando eu puder reencontrar amigos de verdade, que fiz quando eu era mais essência e menos dircurso.
Agora estou dissolvida numa vida comum, entre pessoas comuns e objetivos quase comuns.
De vez enquando, quando reflito, me olho e vejo que algo muito bom se perdeu em mim, algo que existia quando eu era incomum.
Quando eu escutava atentamente e era escutada. Quando eu amava, perdia, chorava e secava toda dor. Mas agora eu não amo, e só acumulo dor e dispersão.
Quando meus tédios eram justificados e expiravam.
Quando eu chorava com histórias bonitas e sorria bem alto sempre que sentia vontade...
Preciso sentar na grama e observar os movimentos, desde os aviões até as formigas. Concentração é fundamental, ainda hei de voltar um dia, quem sabe na velhice, a ser quem era antes.

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